sábado, 27 de junho de 2009

Quando penso que não pode ser pior. Pode ser. Quero sair daqui. Quero colo, quero amor, quero ser desejada, quero sol, quero praia, quero mar, quero a mãe, quero a minha casa, quero os meus bébes, quero a avó, quero paz, quero tranquilidade, quero sorrir, quero cozinhar, quero comer, quero dormir, quero correr, quero fugir, quero música, concertos, quero Lisboa, quero Porto, quero sair, quero voltar, quero ter força, quero borboletas brancas, quero ajuda, quero que me percebam, quero que não me façam mais mal, quero ter força, quero ter sorte, quero sair daqui, quero desaparecer, quero abraçar muito com muita força e que passe depressa, quero ser eu, quero que tomem conta de mim, quero que me consertem, que me arranjem, quero ter força para dar, quero acreditar, quero conseguir, quero tapar os olhos e que fique tudo bem, quero ter liberdade, quero fazer melhor, consertar tudo o que estraguei, colar tudo o que parti, cuidar tudo o que deixei, ver o que não vi, quero parar de tremer, ter medo, quero parar de pensar, quero ficar quieta, quero acordar a rir, sonhar a rir, quero ter vergonha, quero ter orgulho, quero não sentir mais, quero mudar, quero ser melhor, quero ser eu, quero ser eu, aquela que eu era, aquela que eu fui, aquela que quero ser, quero dançar, que dancem comigo, quero poder sonhar, quero sonhar, quero ter alguém com quem sonhar, que sonhe comigo, que sonhe connosco, quero ter força, quero sair, quero que a dor no coração pare, quero que a cabeça não doa, quero dar valor e ter valor, respeitar sempre e ser respeitada, poder continuar o que o avô fez, o que a avó tentou fazer, o que a mãe faz... acaba depressa... quero aproveitar, que me aproveitem, quero deixar-me como fez o avô, como faz a mãe, quero olhar em frente e ir descansada porque consegui, quero ir descansada, quero descansar.
Não sei pilotar aviões, não sei vender, não sei mostrar-me, não sei curar, não sei cozinhar, não sei costurar, não sei construir.
Quero deixar algures o que sei fazer de melhor, o que melhor me ensinaram a fazer e o melhor que me fizeram. Amar. Amar perdidamente, devotamente. Amar que não é o vulgar, não é o que se diz por aí. Amar como eu sei que existe pouco, o amar que me ensinaram. Oxalá.

domingo, 14 de junho de 2009

Nome de guerra

Houve um dia fatídico nas nossas vidas. Em dias diferentes, mas tiveram o mesmo resultado.
O inferno da engenharia da cocotte e do piloto-automático fazia prever que qualquer coisa se ía passar. E de mau. Ignorámos, eu melhor que a Miss Lux, que se desfez num pranto assim que se meteu lá dentro por ter uma maior sensibilidade do que eu.
E eu disse-lhe, já uns meses adiantada numa novela que havia de ser a dela:
-Deixa lá, vais arranjar um Zé Carlos e o tempo passa mais depressa.
Claro que num tom muito respeitoso e entre soluços me mandou ir cagar. Eu também mandava, se fosse ao contrário e fosse eu a ter a sensibilidade de mestra que me daria o conhecimento do que se avizinhava e do que já tinha acontecido.
Meus amigos, digo-vos eu que sou céptica q.b....
Nome de guerra: Zé Carlos....
Ahhhhh....não posso abrir a boca. Para a próxima estou calada!...ou não...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vamos fugir...

"Vamos fugir
Deste lugar, baby
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue
Vamos fugir
Para outro lugar, baby
Vamos fugir
Para onde quer que você vá
Que você me carregue
Pois diga que irá Irajá, Irajá
Para onde eu só veja você
Você veja a mim só
Marajó, Marajó
Qualquer outro lugar comum
Outro lugar qualquer
Guaporé, Guaporé
Qualquer outro lugar ao sol
Outro lugar ao sul
Céu azul, céu azul
Onde haja só meu corpo nu
Junto ao seu corpo nu
Vamos fugir
Para outro lugar, baby
Vamos fugir
Para onde haja um tobagã
Onde a gente escorregue
Todo dia de manhã
Flores que a gente regue
Uma banda de maçã
Outra banda de reggae"

Gilberto Gil, 1984